Num momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff tenta
aprovar um novo pacote de ajuste fiscal a fim de fechar o rombo em suas
contas públicas, o procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da
força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, disse
que os recursos desviados em esquema de corrupção no Brasil desviam dos
cofres públicos algo em torno de R$ 200 bilhões por ano.
Em exposição realizada na manhã desta terça-feira, 15, no lançamento das 10 medidas contra a corrupção,
ele disse que em um ano de Lava Jato já foram denunciadas mais de 150
pessoas, fechados mais de 28 acordos de delação premiada e revertidos
voluntariamente aos cofres públicos mais de R$ 1,5 bilhão. Segundo ele,
as propinas pagas, que teriam sido desviadas dos cofres da Petrobras,
somam mais de R$ 6,2 bilhões.
Em sua exposição, Dallagnol lamentou o elevado índice de corrupção no
País e o montante elevadíssimo de recursos desviados. “Isso (R$ 6,2 bi) é
apenas a ponta do iceberg do que é desviado no Brasil, algo em torno de
R$ 200 bilhões de reais, um valor tão alto que não dá pra imaginar o
que se faz com tanto dinheiro, poderíamos triplicar os investimentos
federais em saúde, educação, segurança.”
+ ‘A corrupção não é um problema de um partido ou de um governo’, diz procurador da Lava Jato
A Lava Jato começou com um quadro que evoluiu para a Petrobras e hoje
está em outros órgãos públicos, como a Caixa, Angra Nuclear e
ministérios, como o Planejamento, disse o procurador. “Hoje, o objeto do
caso Lava Jato é a corrupção político partidário, com desvio de
dinheiro para fins eleitorais e para engordar o bolso dos envolvidos.”
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